O SURGIMENTO E A IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA
Leonardo da Vinci e a ilustração de uma câmara escura
Ao traçar um breve panorama sobre a história da criação da fotografia, pode-se dizer que ela foi uma velha conhecida de Leonardo da Vinci, que já a utilizava no século XVI, em sua forma mais primitiva a câmara escura para obter esboços de suas pinturas.
Puro charme: D. Pedro II com sua esposa, filhas e genros.
Em 1842 a família real do Brasil já tinha seu "book", D. Pedro II era admirador dessa arte e muito fotogênico, diga-se de passagem. Isso mostra que a fotografia não é um advento novo, ela já existia primitivamente há séculos atrás. Mas é claro que ao longo dos anos as técnicas vão sendo aperfeiçoadas e evoluindo, "A fotografia surgiu na primeira metade do século XIX, revolucionando as artes visuais[ . . .]" (OLIVEIRA., p. 1). Ela ressurge em um contesto de revolução industrial, de mudanças sociais, economicas e científicas,
A fotografia, uma daquelas invenções que ocorrem naquele contexto, teriam papel fundamental enquanto possibilidade de informação e conhecimento, instrumento de apoio à pesquisa nos diferentes campos da ciência e também como forma de expressão artística. (KOSSOY, 1989, p. 14, grifo nosso)
As fotografias não surgiram apenas para retratar "famílias felizes" como a de D. Pedro II, claro que isso serviu para estimular a sua procura no mercado, afinal quem poderia ficar sem seu "retrato de família"? Elas surgiram também para ilustrar aquilo que antes não tinha a oportunidade de ser visto por todo mundo,"O mundo tornou-se de certa forma 'familiar' após o advento da fotografia; o homem passou a ter um conhecimento mais preciso e amplo de outras realidades que eram, até aquele momento, transmitidas unicamente pela tradição escrita, verbal e pictórica." (KOSSOY, 1989, p. 15).
Eu mesma nunca havia pensado na fotografia com essa dimensão, ela foi sim de extrema importância para a disseminação das informações em diversas áreas do conhecimento em várias partes do mundo.
Partindo da câmara escura, temos dois tipos de fotografias, as analógicas e as digitais.
Partindo da câmara escura, temos dois tipos de fotografias, as analógicas e as digitais.
FOTOGRAFIA ANALÓGICA
Consiste basicamente no uso do filme, uma película plástica, para armazenar a foto, que contém produtos químicos como sais de prata que são sensíveis a luz e quando expostos a ela registram as diferentes intensidades de luz disposta naquela imagem.
Foi com os rolos de filmes analógicos que a fotografia manteve-se durante muitos anos, seu processo de revelação era demorado, o custo era alto e a qualidade das fotos nem tanto. Mas sua durabilidade era de longo prazo.
FOTOGRAFIA DIGITAL
A partir dos anos 90 do século XX ela popularizou-se e está ai entre nós até os dias de hoje, (não que a analógica tenha desaparecido da face da terra, a digital apenas é a mais usada ultimamente). O processo continua sendo o mesmo; capturar as diferentes intensidades de luz sobre uma imagem, só que em vez da imagem ir para o rolo de filme ela é armazenada na memória eletrônica da máquina, que pode ser conectada a um computador e em minutos estar disponível na internet para o mundo todo, e o fotógrafo pode ser o editor e revelador da foto ao mesmo tempo, fazendo tudo isso em seu computador. Seu processo de revelação é mais rápido, mais barato e a sua qualidade é maior.
Analógica ou digital? Deve haver um equilíbrio.
Sempre em um processo de evolução ganhamos e perdemos "coisas". Não é só porque a câmera digital é boa, bonita e barata que devemos amá-la. Ganhamos com o surgimento do computador e de suas tecnologias, com a criação de programas para escrever em computadores perdemos os "rascunhos" dos escritores, com suas anotações e rabiscos originais, hoje é só apertar "delete" não há porque preservar algo que não irá ser usado, assim também como acontece a fotos digitais, inúmeras fotos são tiradas em minutos mas provavelmente apenas uma ou duas serão armazenada em um banco de imagens, o "rascunho" também é perdido. Até que ponto isso é evolução?
Sobre esse assunto o texto: "Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital" levanta vários questionamentos:
[ . . . ] jovens fotógrafos que acreditam que o
equipamento analógico é coisa do passado.
Essa geração tem como características o consumismo
e o cultivo do descartável, comuns
aos dias de hoje. A preocupação em conhecer
as técnicas, mesmo que antigas, não faz
parte do vocabulário dessa geração de fotojornalistas,
que prefere os termos “deletar”,
“bits”, “dpi” etc., próprios da linguagem da
fotografia digital[ . . . ] (OLIVEIRA. p. 5, grifo nosso)
Muitas imagens podem ser perdidas se esse pensamento for largamente adotado. A futura preservação da imagem e da memória que ela contém, não deveria ser pensada dessa maneira.
Ei, você aí, que tem uma câmera fotográfica digital, já pensou que triste seria se o fotógrafo dessa imagem a tivesse apagado na hora, porque não gostou do vento ou da luz, ou qualquer outro detalhe? Essa fotografia tornou-se mundialmente famosa, do protesto de civis contra a corrupção do governo, realizado na Praça da Paz Celestial em Pequim, no ano de 1989, acho que o nome da praça não condiz muito com a ocasião da foto!
A facilidade que a câmera digital tem de apagar, "deletar" a fotografia é muito grande.
"[ . . . ]A má utilização da fotografia nos dias de hoje acarretará, sem dúvida, enormes prejuízos para a documentação e as pesquisas futuras, comprometendo a memória e a ética da fotografia (OLIVEIRA. p. 5) [ . . . ]".
Ei, você aí, que tem uma câmera fotográfica digital, já pensou que triste seria se o fotógrafo dessa imagem a tivesse apagado na hora, porque não gostou do vento ou da luz, ou qualquer outro detalhe? Essa fotografia tornou-se mundialmente famosa, do protesto de civis contra a corrupção do governo, realizado na Praça da Paz Celestial em Pequim, no ano de 1989, acho que o nome da praça não condiz muito com a ocasião da foto!
A facilidade que a câmera digital tem de apagar, "deletar" a fotografia é muito grande.
"[ . . . ]A má utilização da fotografia nos dias de hoje acarretará, sem dúvida, enormes prejuízos para a documentação e as pesquisas futuras, comprometendo a memória e a ética da fotografia (OLIVEIRA. p. 5) [ . . . ]".
Não podemos sair deletando fotos, tudo bem se for feito para alcançar o melhor ângulo, a melhor luz ou sei lá o que da fotografia, mas tudo que for registrado nela contém uma informação, um registro, uma memória daquele momento, que pode nos parecer naquele instante sem importância, mas pode auxíliar a contar nossa história a nossos filhos e netos no futuro, quem sabe?...
CONSUMISMO DESENFREADO
Concerteza vou pôr a culpa no capitalismo, e na Revolução Francesa que pregava além de "liberdade, igualdade e fraternidade", velhos conhecidos, pregavam o individualismo e que desde lá só foi crescendo assustadoramente. A onde vou chegar com isso?
O consumo de câmeras digitais é enorme, e ele é estimulado pela mídia, queremos tudo que vemos pela frente, tudo bem você ter a sua câmera para tira suas fotografias e ajudar a "ilustrar" suas memórias, mas ter só por tê-las não é um pouquinho de mais? E a enorme curiosidade que temos em ver aquela flagra dado em nossa celebridade favorita? Lembram-se da Princesa Daiana? Os fotógrafos a perseguiam tanto que chegaram a provocar seu acidente de carro que levou a sua morte. Me parece que aquela idéia inicial de usar fotografias para um "bem maior" foi um pouco deixada de lado...
CONCENSO
Mas assim com já foi dito antes sobre as mudanças, que tem tanto seu lado possitivo como negativo, há de haver também um consenso entre analógico e digital, entre preservar e descartar, com os extremos não podemos ficar, "[ . . . ]Não se pode descartar o digital. Mas também não se pode simplesmente abandonar o analógico, sem qualquer preocupação com o passado, o presente e o futuro[ . . . ]"(OLIVEIRA. p. 6)
É mais ou menos a idéia que acho que devemos seguir, tudo ao extremo traz malefícios, devemos saber dozar as duas tecnologias.
REFERÊNCIAS:
A FOTO com a maior resolução da história. 21 dez. 2009. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/vida-em-rede/culturaweb/a-foto-com-a-maior-resolucao-da-historia-26-mil-megapixel/> Acesso em: 19 set. 2010.
ESCAÑO SCURI, Antonio. Fundamentos da imagem digital. Disponível em: <http://www.tecgraf.puc-rio.br/~rtoledo/cg1/apostila%20digital.pdf> Acesso em: 19 set. 2010.
HISTÓRIA da fotografia. 1 vídeo, 4 min, 3 jun. 2008. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=pv61nuvB0KI&feature=related> Acesso em: 19 set. 2010.
______. 1 vídeo, 5 min. 10 seg., 21 ago. 2007. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=D4Ag8QIEMkQ&playnext_from=PL&feature=PlaPlayL&p=396538D11D2BC814&playnext=1&index=10> Acesso em: 19 set. 2010.
KOSSOY, Boris. Fotografia e História. O advento da fotografia: um novo meio de conhecimento do mundo. São Paulo: Ática, Série Princípios, cap. 1, p. 14-15. 1989.
KUBRUSLY, Cláudio Araújo. O que é fotografia. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
LA HISTÓRIA de la fotografia. 1 vídeo, 9 min. 39 seg., 22 mar. 2008. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=VwHoEkt74gM> Acesso em: 19 set. 2010.
OLIVEIRA, Erivam Morais de. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital, 8 p. Disponível em : <http://www.bocc.uff.br/pag/oliveira-erivam-fotografia-analogica-fotografia-digital.pdf> Acesso em: 19 set. 2010.
PACIORNIK, Sidnei. Fundamentos da imagem digital. Pontifícia Universidade Católica: Rio de Janeiro, 39 p. Disponível em: <http://www.dema.puc-rio.br/download/Fundamentos%20da%20Imagem%20Digital.pdf> Acesso em: 19 set. 2010.
REDAÇÃO DO IDG NOW. A primeira imagem digital completa 50 anos. São Paulo. 3 p. 2007. Disponível em : <http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2007/05/25/idgnoticia.2007-05-25.3211821373/> Acesso em: 19 set. 2010.
SILVA, Rosi Cristina da. O profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. 9 p. Disponível em:[<http://www.pdffactory.com>] Acesso em: 19 set. 2010.
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