WEBMUSEUS
Pois bem, neste post irei falar um pouco sobre webmuseus. Mas antes disso, vamos relembrar a ideia de Museu:
Um museu é uma instituição permanente, sem fins
lucrativos, a serviço da sociedade e de seu
desenvolvimento, aberta ao público, que adquire,
conserva, pesquisa, comunica e exibe, para fins de
estudo, educação e lazer, evidência material das
pessoas e de seu meio ambiente. (LOUREIRO apud ICOM,
2005, p. 98)
A definição de Museus do ICOM não foge muito da ideia que se tem de webmuseus hoje em dia. Se ele é uma instituição permanente? Pode ser sim, além de o museu poder coexistir fisicamente ele existe virtualmente, podem ser páginas virtuais que contenham informações sobre esse museu físico e podem, além disso, exibir o seu acervo e existem até mesmo museus totalmente virtuais, sem um espaço físico. (ROZADOS; DEMÉTRIO, [2010?]) Ainda analisando a definição de museu do ICOM, sobre a parte que se refere aos “fins lucrativos” ele afirma que os museus deveriam ser sem fins lucrativos, claro que existem museus que cobram entrada, mas esse não deveria ser o mais importante para essas instituições e de fato não são os “fins” dos museus a cobrança do ingresso seria apenas uma “ajuda” para poderem se manter “vivos” além da ajuda de Associação de Amigos. Com um webmuseus seja ele apenas virtual ou que exista no mundo físico mesmo que seja um museu que cobre ingresso, você poderá conhecê-lo um pouco mais através da visita ao seu sítio. Claro que essa visita também não é gratuita, mas o que será gasto é energia elétrica, tempo e a possibilidade de ter um acesso a internet. Quanto a essa ideia de acesso a internet acho que o webmuseus sai perdendo um pouco, já sei o que vocês devem estar pensando aí: - Ah, mas quem hoje em dia não tem internet? Aquelas pessoas da comunidade que ajudam a construir um museu comunitário talvez não tenham acesso a ela, e acredito que em nosso país, o Brasil menos da metade da população deve ter um acesso regular a uma internet de qualidade. Mas para quem a possuí é incrivelmente fantástico poder conhecer sem sair da sua cidade um museu do outro lado do mundo!
Os webmuseus também são capazes de estar a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento. Um museu como o Museu da Pessoa acredito que realize esse trabalho, a ideia é genial, imagine um museu onde seu acervo são histórias de pessoas. A princípio ele existia somente no mundo virtual, acho que chegou a possuir uma sede física, mas hoje em dia não sei sua situação. Você, sua mãe, seu amigos e qualquer outra pessoa podiam navegar pelo sitio, saber sobre a história de outras várias pessoas e quem sabe até contar a sua. A partir desses relatos podem ser percebidas certas características daquelas pessoas e da sociedade em geral prestando assim, um serviço a comunidade no futuro que poderá ficar sabendo sobre as histórias das gerações passadas.
Aberto ao público, os webmuseus são sim, e melhor ainda 24 horas! Se você tiver acesso a internet ele lhe proporcionará uma agradável visita. A sua página na internet vai estar sempre disponível, a não ser é claro, quando houverem problemas técnicos (porque essas tecnologias estão sujeitas a isso).
Prosseguindo com a análise da definição do ICOM penso que os webmuseus também adquirem, conservam, pesquisam, comunicam e exibem para fins de estudo, educação e lazer praticamente todo o seu conteúdo. Seus acervos podem ser imateriais, intangíveis ou digitais mas podem ser adquiridos de diversas formas. Com certeza eles conservam seus materias, sejam de uma forma somente digital ou sejam as duas, materias e digitais. A comunicação pode ser feita de formas diversas e até mesmo pela “sensação do momento” o Twitter informando os seguidores do museu sobre suas atrações. O Conteúdo exibido pelos museus podem ser usados para a educação e o lazer, ao mesmo tempo em que me divirto vendo um vídeo sobre a história daquela cidade, do museu e de suas obras de arte aprendo sobre elas de uma forma didática e fácil. Concordo com Oliveira (2007) quanto a seguinte afirmação:
Na atualidade, museu é sinônimo de coleção, de acervo, de documentação, conservação, exposição e informação de qualquer tipo de objeto, organizado por alguém ou por uma instituição, com ambição de apresentar ao público, criar formas educativo-pedagógicas, pesquisa e extensão. E esse novo museu, que está no ciberespaço, o virtual, prescinde do espaço físico onde estão as “coisas” que devem ser vistas. (OLIVEIRA, 2007, p. 150).
Visitando os Webmuseus
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Pagina Inicial do Museu Virtual do Iraque |
Visitei vários museus virtuais, a maioria tem páginas bem “pesadas” e para abrir em uma internet mais lenta demora muito ou até mesmo não carregam as páginas. De um modo geral todas as visitas foram agradáveis e instrutivas, gostei de conhecer o Museu Virtual de Artes seus gráficos são muito bons e quase parecem reais. O sitio do Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS) que eu já conhecia também vale a pena ser visto é uma página bem agradável e informativa. O Museu da pessoa também me chamou a atenção, já o tinha visitado mas agora ao revê-lo com mais tempo compreendi-o melhor e gostei mais ainda da sua ideia. O que me fascinou mesmo e que vou analisar mais a fundo nesse post foi o Museu Virtual do Iraque.
Visitando o Museu Virtual do Iraque
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Com um tanque de guerra na frente e um rombo em sua faixada |
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Bom, como foi a minha visita ao Museu Virtual do Iraque? Primeiramente foi tumultuada (não o quanto acredito que ela deva ser em uma visita de verdade, com tiros e bombas passando para todos os lados da cidade, e que possam estar destruindo artefatos que ainda nem foram descobertos pela nossa civilização) a página do museu não abre com a fraca internet que possuo, a primeira dificuldade para conhecer o museu foi essa, uma limitação minha. Depois que consegui carregar a página e visitar o museu, aí foi só alegria! O sítio está em inglês mas é de fácil compreensão, as imagens e vídeos bem instrutivos e em uma alta qualidade, bem fácil de ser visitado. Adoro a história antiga, ficar sabendo um pouco mais sobre os povos que habitaram a Mesopotâmia e seus arredores me fascina, é uma pena que não damos o devido valor a ela! Para mim a visita só teve a acrescentar coisas boas!
Vantagens e desvantagens
A vantagem é de poder ter acesso a internet e de ir a um museu em outro país muito distante que talvez em toda a minha vida eu nunca chegue a ir (porque tenho medo de avião), apenas depois de alguns cliques visualizar peças do museu e vídeos sobre o país. E também não sei ao certo se ele está em atividade hoje em dia, se é aberto ao público devido a guerra, sei apenas que ele tem sido vítima de constantes saques tanto de seu acervo como de ferramentas básicas como computadores. A vantagem do webmuseus é essa, ser fácil de ser mantido, de poder ser visualizado por todo o mundo que esteja conectado e sem a interferência de bombas e sentimentos de egoísmo dos homens, quem sabe eles estejam sujeito a hacker’s ou a vírus que estão soltos pela rede, mas nada mais do que isso.
A desvantagem acredito que seja para quem não tem acesso a esse suporte, a internet. Fazendo até o webmuseus perder uma importante característica o acesso do público ao webmuseus. E outra coisa que considero ainda mais importante, não há nada como a visita de fato ao espaço físico do museu. Todo um trajeto é feito até lá, se for em outro bairro, cidade, estado ou país você irá consequentemente conhecer mais coisas além das peças do museu e a experiência será mais marcante do que ficar sentado olhando para uma máquina!
A importância desses espaços
Sem dúvida os webmuseus tem um importantíssimo papel, muito mais hoje em dia na sociedade digitalizada em que vivemos (LOUREIRO, 2005). Com o tempo acho que eles acabarão se tornando cada vez mais visitados e a existência de webmuseus deverá ser cada vez mais comum. A sua importância em sistemas e serviços de informação acredito que serão praticamente as mesmas que hoje em dia os museus “normais” já possuem. Todas aquelas características que o ICOM julga necessário para um museu existir, a serviço da comunidade, sem fins lucrativos, aberto ao público, para fins de estudo e lazer além de diversas outras coisas. Só que como os webmuseus estão “conectados” nessa “rede” eles podem levar as informações com um maior alcance e maior facilidade, para que em um futuro não tão distante – eu espero, todos tenham acesso aos webmuseus!
REFERÊNCIAS:
ROZADOS, Helen Beatriz Frota; DEMÉTRIO, Alexandre. Aula 13: Webmuseus. Informação em mídias digitais, 1 transparência, [2010?], 11 p. Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/course/view.php?id=10743> Acesso em: 22 nov. 2010.
LOUREIRO, Maria Lúcia de Niemeyer Matheus. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço In: Ciência da Informação: Brasília (DF), v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a10v33n2.pdf> Acesso em: 22 nov. 2010.
OLIVEIRA, José Cláudio. O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital In: Comunicação e Sociedade: [São Paulo], v. 12, 2007, p. 147-161. Disponível em: <http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/cs_um/article/viewDownloadInteviewDown/4796/4509> Acesso em: 22 nov. 2010.
SÍTIOS CONSULTADOS:
MUSEU da Pessoa. Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/> Acesso em: 22 nov. 2010.
MUSEU de Artes do Rio Grande do sul. Disponível em: <http://www.margs.rs.gov.br/> Acesso em: 22 nov. 2010.
MUSEU de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand. Disponível em: <http://www.masp.art.br/masp2010/acervo_sobre_o_acervo_do_masp.php> Acesso em: 22 nov. 2010.
MUSEU Fórum. Disponível em: <http://museuforum.blogspot.com/> Acesso em: 22 nov. 2010.
MUSEU Virtual de Artes. Disponível em: <http://muva.elpais.com.uy/> Acesso em: 22 nov. 2010.
MUSEU Virtual de Artes Brasileira. Disponível em: <http://www.museuvirtual.com.br/> Acesso em: 22 nov. 2010.
THE VIRTUAL Museum of Iraq. Disponível em: <http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/homeENG.htm> Acesso em: 22 nov. 2010.
WEB Gallery of Art. Disponível em: <http://www.wga.hu/frames-e.html?/welcome.html> Acesso em: 22 nov. 2010.