Hoje em dia vivemos em meio a essa explosão de tecnologias e de seus aparelhos. A onde quer que estejamos nos deparamos com um aparelho televisor, um rádio, um telefone celular e computadores, eles estão por aí e cada vez mais presentes, e mais, exercendo cada vez mais, mais funções ao mesmo tempo em um mesmo aparelho. E é essa junção de meios de comunicação e seus suportes que os autores Marshall McLhuan (1964) e Henry Jenkins (2008) denominam de “Convergência das mídias”, irei me basear mais no texto de Jenkins e suas ideias ao longo de todo esse post.
A Convergência das Mídias é a interação e interconexão entre a imprensa, a rádio, a televisão, os telefones, os computadores e as tecnologias de rede. Ela prevê que toda a informação esteja disponível, a toda a gente, em todas as horas, em todos os lugares, em suporte digital (sob a forma de bits) onde será possível interagir com a própria informação, com o saber bem, como alcançar os centros de produção de conhecimento que lhe dão origem. (MESQUITA, 1999, p. 1.)
A convergência das mídias é um fenômeno que está ocorrendo, estamos vivendo este processo hoje em dia. Inúmeros serviços nos são ofertados ao mesmo tempo e em um mesmo canal, por diversos suportes. Essa maior interação entre as mídias acabou se tornando de grande interesse as empresas que lucram mais podendo difundir seus produtos e serviços através de diversos canais de informação.
A digitalização desses produtos e serviços facilitou o processo de convergência das mídias. E essa cultura de convergência foi criada por nós, ela nos modifica e nós a modificamos, o nosso modo de pensar convergente é diferente e está provocando alterações nas culturas populares. (JENKINS, 2008).
A ideia de Cultura Participativa de Jenkins (2008) é uma dessas mudanças. Há algumas décadas atrás com o surgimento da Web 1.0 não era possível um internauta interagir com os webdesigners e geradores de qualquer tipo de informações na web 1.0, ela era totalmente estática, rígida e sem interação com o outro lado. Agora com a Web 2.0 essa interação aumentou de 0% para 100%, o usuário dessa mídia pode interagir e até mesmo inverter os papéis e tornar-se o criador das informações, a Web 2.0 é totalmente elástica.
E essa interação entre os criadores e os espectadores foi crescendo cada vez mais, e dos próprios usuários criadores que ao longo dos anos tornaram-se milhões e sua influência diante da grande população também cresceu, muitas vezes ultrapassando os próprios criadores da mídia. Um vídeo postado no Youtube.com (o maior sitio de hospedagem de vídeos na internet) que atinge milhões de visualizações por seus usuários, provoca comentários no dia a dia e vai se espalhando por pessoas e mídias, esse vídeo pode chegar a ser exibido em um programa de televisão no domingo à tarde.
Vídeos mais assistidos na internet são transmitidos na televisão |
Juntamente com essa ideia de convergência das mídias as pessoas começaram a pensar que uma nova mídia fosse substituir a mídia já existente. Isso não ocorreu em todos os casos pelo contrário, a maioria das mídias continua coexistindo, nada está sendo substituído tudo está sendo transformado, algumas mais utilizadas do que as outras, mas nada se extinguiu as comunicações continuam aí, ela nunca mudou o que muda são os meios por onde ela passa e os seus suportes. Assim, consequentemente os meios por onde acessamos as informações mudam, por que nós mudamos, a sociedade se transforma e adapta-se as novas tecnologias (JENKINS, 2008).
As informações estão se misturando tanto que “A convergência está ocorrendo dentro [ . . . ] do cérebro do consumidor”(JENKINS, 2008, p. 42). Vamos a um cinema assistir a um determinado filme e ao sairmos de lá, já queremos adquirir o brinquedo, o jogo de vídeo game, as roupas, as músicas, os aparelhos eletrônicos, visitamos o site do filme, recolhemos imagens e outras diversas possibilidades existentes hoje, acredito que isso seja a convergência das mídias. Assim como podemos encontrar diversos conteúdos navegando na internet utilizando um computador. Um programa de rádio pode ter seu endereço de e-mail e um Twitter para se comunicar com seus ouvintes e esses ouvintes podem estar ouvindo o programa em um rádio normal, em movimento com seu rádio portátil ou ouvindo pela internet, as mídias estão cada vez mais formando uma rede ao se redor e se inter-relacionando. Eu mesma em minha última postagem estava convergindo uma mídia com a outra e nem me dei conta disso, dentro do meu blog recomendei um filme para ser assistido no cinema.
Enfim, acredito que com todas essas convergências ocorrendo com as mídias hoje em dia, para que todas as informações possam chegar a todos com uma maior facilidade primeiramente deveria haver um maior acesso as tecnologias, torná-las mais acessíveis, algumas pessoas vivem em condições desumanas muito menos tem um acesso descente as tecnologias.
Mas penso que sim, para quem tem acesso a essas tecnologias elas estão tornando-se cada vez mais interligadas, e ao longo dos anos acredito que essas ligações tendem a aumentar, tudo pode ser visualizado como uma única e grande rede de informações. Acredito que se todas informações estiverem mais e mais próximas uma das outras será no futuro mais fácil de se buscar informações de formas mais rápidas, a sua eficiência estará a cargo de pessoas que por trás dessa rede planejariam um sistema de recuperação eficiente e capaz de recuperar na hora certa o conteúdo certo para o usuário certo.
REFERÊNCIAS:
JENKINS, Henry. Cultura da convergência In: ______. [New York]: Aleph, Tradução: Suzana Alexandria, 2008, 29 p.
MCLUHAN, Marshall; LAPHAM, Lewis H. Understanding Media: The extensions of man. Massachusetts: MIT Press – Massachusetts Institute of Technology Cambridge, 1964, 361 p.
MESQUITA, João. A Convergência dos media: do mass ao self media. 1999. Disponível em: <http://www.citi.pt/estudos_multi/joao_mesquita/index.html> Acesso em: 5 dez. 2010.